Compositor: Giuseppe Festa
Você sabe, há um vale silencioso
Onde cresce uma velha nogueira que pode ser visto de longe
A vida e as estações deixaram muitas rugas na sua pele
Seus anos são tantos como as estrelas da noite
E no outono suas folhas são pétalas incendiadas pelo sol
E você sabe que no voo são ainda mais belas e giram rebeldes
Para respirar uma última gota de ar na brisa
E caem para aquecer a terra do suspiro frio da lua
Mas um dia um machado atingiu seu tronco
E depois mais um golpe
Fez tremer todos os ramos
E quando seu destino parecia escrito
Passou por aquele lugar um homem
E colocou nas mãos do lenhador algumas moedas de ouro
E comprou aquela parte da floresta e a velha casa ali perto
E nessa casa ele trouxe para viver sua esposa
E foi com ela sob as frondes da nogueira
E nas noites claras faziam amor entre suas raízes
Respirando aquele oceano de luzes que se refletia
No fundo dos olhos dela
Mas uma noite o vale foi sacudido por um estrondo ensurdecedor
E a terra começou a tremer como nunca antes
Os dois amantes abraçados viram as paredes se contorcerem
E juraram amor diante da morte e de Deus
E seus corações ficaram suspensos até que o silêncio voltou
Os dois amantes, desde aquele dia, agradeceram aos céus
Por ter salvo suas vidas e sua tão amada morada
Mas dizem que na noite em que a terra rugiu
Quando a casa estava prestes a desabar
O velho noz envolveu suas
Pedras com mil raízes e mais
Até que as paredes encontraram paz
E o vale voltou ao silêncio
E você sabe que em toda primeira noite de inverno
Os dois amantes acolhem entre suas mãos
A última folha da nogueira e a confiam ao fogo da lareira
Dando ao céu um sopro branco e leve
Que do inverno é o primeiro verdadeiro respiro